à Caryocar brasiliense, mais conhecido como Pequizeiro
Piqui, pequi, piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari, piquiá, todos esses nomes chamam o frutin, amado do coração cerratense.
Ouro dos calangueiros, ouro não, pérola, já que vai se criando escondido dentro de um caroção (coração?) verde, pra enganar quem busca gostosura fácil sem querer se pôr na saga de procurar muito. Sortudo é amante de pequi, que o encontra carnudo em verão brasiliense.
Vi bem fincado na terra, tu bem lindo! Bem umas boas palmas e meia de altura, retorcida feita tuas irmãs e irmãos desta terra vermelha. Tua flor, que boniteza tem de monte, dá infusão boa pra pigarro na garganta, inflamação do corpo e frieza nas partes baixas, eita que fiotagem aqui não é pouco! Ave floragem linda! Bem que falam de tuas florzinhas como lírio do cerrado. Parece bem contigo mesmo!
Como amante tua, pequizeira-calanga que sou, minha flor, minha arvrinha linda, digo que tu parece uma lindeza assim, se espreguiçando pro mato, se espreguiçando tão formosa. Só assim, com o tempo pausado, pra observar bem atenta os movimentos desse cerradão. Pra depurar esse amarelo-ouro e dourificar a vida de um sertanejo, goiano, brasiliense e tantos amantes seus de mapa a fora. Salve à Criação pela tua beleza e pela tua existência-abrigo, por nascer e florescer nessa vermelhidão de terra batida, pouco simpática para a maioria das plantinhas delicadas. Assim, só você pra ir se moldando a essa secura, dando casinha pra caracarás, sofis e quero-queros.
Tu que é danada pra tá em boca de quem não gosta, ligue não meu pequizinho, continue nascendo, crescendo, tu e tuas irmãs, em beira de córrego, em bando, em beira de rio…
Geovana