Cartas
O que é a ação:A ideia é simples: uma grande troca de cartas onde cada um de nós escreverá uma correspondência para um destinatário não usual, um ente natural não humano (como, por exemplo, uma planta, uma pedra, um rio). […]
Imagem em fundo branco com a ilustração de um envelope de cartas na cor roxa.

O que é a ação:

A ideia é simples: uma grande troca de cartas onde cada um de nós escreverá uma correspondência para um destinatário não usual, um ente natural não humano (como, por exemplo, uma planta, uma pedra, um rio). Ao escrever essas cartas, contamos e criamos histórias, discutimos ideias e acessamos memórias que instiguem a reflexão com a Natureza.

Objetivos:

A essência dessa ação mediativa é a busca de interações entre múltiplas espécies, possibilitando percepções com a Natureza, através do exercício da escrita reflexiva e poética. Por meio da escrita de cartas destinadas a entes não-humanos, pretendemos criar um espaço de sensibilização, onde os participantes possam compartilhar suas memórias e entendimentos sobre o que é Natureza. A proposta se fundamenta nas discussões trazidas por Ailton Krenak, convidado pelo Programa Educativa para inaugurar o 1° Ciclo Formativa. O pensador e escritor nos convoca a refletir sobre a desidentificação do Ser Humano da (e enquanto) Natureza.

Ailton, ao compartilhar as experiências dos povos Krenak e sua relação de intimidade com as árvores, pedras, rios e lagos nos convida a pensar em como o modo de viver impulsionado pelo Antropoceno nos afasta da perspectiva de Natureza como ente companheira, levando à destruição da Natureza e de nós mesmos.

Motivações: 

Em sua fala para o webinário de abertura do nosso 1° Ciclo Formativa, Ailton Krenak nos inspirou a criar uma ação mediativa que convoque adultos a serem adubos. Ao discorrer sobre a sociedade e sua relação com a Natureza, Ailton considera a experiência social alienante e produtora de corpos adultos dissociados do mundo natural, cegos de sua própria construção. Krenak nos convida a virarmos adubos para uma sociedade que viva com a Natureza e não contra ou dissociada dela.

Ailton explica que, para além das ideias que foram socialmente construídas ao longo do século XX, hoje as instituições culturais são chamadas a cumprir uma nova função no campo da cultura, da arte e da produção de novos conhecimentos sobre a sociedade e sobre nós mesmos. Assim, ele nos convoca, enquanto Programa Educativa do Museu Nacional, a imaginar uma ação que convide corpos adultos a serem adubos.

Sejamos, então, adubos para as gerações futuras, pensando um maior envolvimento da comunidade na aprendizagem. Como programa educativo, desejamos mediar a experiência de seres em constituição com o Planeta e a Natureza.

Como participar:

É simples!

1) Primeiro, escolha um(a) destinatário(a). Deve ser um ente natural não humano, de preferência algum com que você partilhe significados, talvez até histórias. Algum elemento do nosso meio ambiente que instigue curiosidade, força ou sabedoria. O importante é ser um ente natural não humano que toque você. Seguem alguns exemplos:

o mar

uma árvore

a floresta

uma planta

uma montanha

a areia da praia

a pedra no leito do rio onde aprendi a nadar

a chapada

um cogumelo

as formigas do quintal de minha avó

2) Com a sua escolha em mente, feche os olhos.

Conecte-se com uma memória ou uma história potente que envolva a(o) sua(seu) destinatária(o).

Abra os olhos.

3) Escreva uma carta à(ao) sua(seu) destinatária(o). Ponha a memória para dialogar com a imaginação, reflita e discuta com sua(seu) destinatária(o) sobre como podemos participar mais ativamente da educação de nossas gerações futuras, ajudando a preparar o mundo que vão receber, e de que maneiras essas práticas podem mediar a aprendizagem por meio do contato com a Natureza.

Sugerimos que você escreva, descreva, crie, induza as sensações que cada um desses pensamentos lhe causa. Lembre-se que o corpo também é paisagem, também é Natureza, também é matéria criativa e também se transforma.

No link abaixo, se você quiser, pode ler as cartas que nossas mediadoras escreveram para suas(seus) destinatárias(os):

Carta à caliandra

Carta à sucupira branca

Carta ao pequizeiro

Carta à candombá

Carta ao jenipapo

 

4) No dia 28/07, às 19h, nossa equipe realizou uma Oficina de escrita criativa, pelo Zoom, com o objetivo de dividir reflexões, técnicas e exercícios de escrita para ajudar na confecção das cartas. 

5) Por fim, você pode assinar sua carta e enviar até o dia 17/09 para o e-mail

educativa@tuia.art.br

No assunto do e-mail escreva “Cartas para adiar o fim do mundo”

6) Nossa equipe de mediadoras, ao receber as cartas da ação, vai fazer uma leitura atenta e uma redistribuição cruzada dessas cartas. Ou seja, sua carta será remetida a algum outro participante da ação e você receberá também uma carta escrita por outra pessoa. Você já imaginou as sensações e reflexões que podem surgir ao receber uma correspondência endereçada a uma flor?

Junto com a carta, você receberá algumas sugestões de como dividir conosco nas redes sociais a sua reação à carta que recebeu. 

Curtiu? Vamos escrever e trocar cartas!

CARTAS_SUCUPIRA BRANCA (1)
SUCUPIRA
Carta A SUCUPIRA
Jenipapo_post cartas
Carta ao jenipapo
carta candomba
Carta a candomba
PEQUIZEIRO_post cartas
Carta ao PEQUIZEIRO
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