EPNBraz
A Escola Parque da Natureza de Brazlândia existe desde 2014 e em 2017 foi reconhecida pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) como referência em educação ambiental, conforme Portaria n° 428/2017. Uma referência por sua atuação e mobilização da comunidade para um olhar afetivo sobre a cidade e a importância da preservação ambiental, integrada aos saberes e culturas locais. Além da educação ambiental, a escola trabalha com outros três eixos: educação em artes, educação física e educação patrimonial.
A pesquisa realizada com a EPNBraz, considera o repertório sócio cultural da cidade e o Projeto Político Pedagógico da escola, que possui a natureza como centralidade das ações educativas e o brincar como prática cultural infantil.
PESQUISA – BRINCADEIRA
Desenvolvemos uma metodologia de pesquisa-brincadeira com as crianças, inspiradas na Pedagogia Griô e em pesquisas da área da Sociologia da Infância que vem discutindo o protagonismo infantil em práticas pedagógicas. Tendo por orientação a centralidade das crianças e a potência da contação de histórias como recurso lúdico, inventamos um coco de roda, que conta a história da Árvore Perguntadeira e traz diversas perguntas sobre o cotidiano e os modos de brincar das crianças. A ideia foi nos aproximarmos dessas infâncias para melhor elaborarmos os materiais educativos em conjunto com os estudantes e educadores, considerando-os co-pesquisadores desse processo.
Em um segundo momento, as(os) educadoras(es) da Escola Parque da Natureza de Brazlândia desenvolveram orientações pedagógicas para experimentar o coco da Árvore Perguntadeira com seus estudantes. E então, as mediadoras e educadoras receberam e analisaram as respostas das crianças à Árvore Perguntadeira.
Confira aqui o coco da Árvore Perguntadeira:
O encontro entre as produções infantis dos estudantes da EPNBraz e a pesquisa do acervo MuN, tendo como centralidade as plantas, nos oferece solo fértil para um olhar mais apurado aos processos da natureza. O poder de transformação, a observação e imaginação a que ela nos convoca são territórios de criação e fantasia para as crianças, como afirmam: Gaston Bachelard no livro “A poética do Devaneio”; Gandhy Piorski em “Brinquedos do chão – a natureza, o imaginário e o brincar”; e Gabriela Romeu no livro “Terra de cabinha: pequeno inventário da vida de meninos e meninas do sertão”, algumas de nossas referências no processo de pesquisa.
A partir da análise das respostas e da pesquisa das plantas no acervo, produzimos os materiais educativos. Ao propormos a ligação direta entre crianças-artistas e adultos-artistas, sugerimos relações horizontais de construção e expressão artística, destacando a produção das culturas infantis e sua agência nas reflexões a respeito do meio ambiente e das plantas presentes no Acervo do MuN.
Sugerimos brincadeiras que propiciam o contato com as plantas e a natureza, nos apoiando em pesquisas voltadas ao protagonismo infantil em práticas pedagógicas. Outro aspecto da escolha pela natureza-brinquedo, se deve ao questionamento sobre o uso massivo do plástico na composição de brinquedos. Buscamos nas sementes, flores, galhos, folhas e pigmentos, preciosos recursos por sua infinitas possibilidades de composição, textura, cheiros e formatos.
O encontro entre a pesquisa do acervo e o repertório de brincadeiras dos estudantes da EPNBraz conflui nas plantas e na relação com a natureza.
Se ficou interessado em algumas de nossas referências, busque por:
BACHELARD, Gaston Bachelard. A poética do devaneio. Editora Martins Fontes, 2018.
PIORSKI, Gandhy .Brinquedos do chão – A natureza, o imaginário e o brincar. Editora Peirópolis, 2016.
ROMEU, Gabriela. Terra de Cabinha. Editora Peirópolis, 2016.
EXPERIMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO
Contamos com a parceria do professor Cayo Honorato do Departamento de Artes Visuais e dos estudantes Eugênia Versiani e Mateus Raynner, da licenciatura em artes da Universidade de Brasília, por meio de um projeto aprovado no Programa Integração UnB + Escola (através do Edital Conjunto DEX/DEG/CIL no 01/2021 – Licenciaturas em Ação/2021). A parceria em desenvolvimento prevê a experimentação dos materiais educativos com a comunidade da EPNBraz, outras escolas e públicos do Museu Nacional, bem como a avaliação do uso e repercussão dos materiais como recurso pedagógico e instrumento de pesquisa.
COLETA DE USOS E EXPERIMENTAÇÕES DO MATERIAL
Para nós do Programa Educativa do Museu Nacional da República, é muito importante saber de vocês como foi a experimentação do material educativo, tanto a partir do olhar da criança que vai experimentá-lo, quanto do adulto que vai acompanhar a experimentação.
Como participar:
Pensamos em dois tipos de registro que vocês podem fazer e enviar para nós:
a) um espontâneo, da criança experimentando o material, fazendo a brincadeira proposta;
b) e outro registro após a experimentação, podendo ser um relato do adulto com a criança sobre como foi brincar com o material, o que sentiram, o que aprenderam.
Você pode enviar os registros para o e-mail educativa@tuia.art.br e/ou o whatsapp (+55 61) 9179-2078.
Agradecemos desde já a participação de vocês, que será fundamental para nossa análise e avaliação dos materiais educativos!
Estamos recolhendo registros até 17/09/2021.
Agora que você conheceu um pouco do nosso processo de criação do Material Educativo, confira o material completo aqui.